SINOPSE

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"Se realmente acreditassem (em Deus), (vocês) caminhariam mato adentro e escutariam às árvores, aos sapos e às pedras, e lhes falariam, como eu lhes falo. E aprenderiam a escutar a estas figuras vivas que eu faço com o barro e com minhas mãos." Ulisses Pereira Chaves, 1924-2006

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No batismo, ganhou nome de herói.

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E cumpriu a sina.  Não por desígnio dos deuses, mas porque entendeu a arte. Com talento, determinação e memória, fabricou esculturas em barro. De corpo e alma, devotou suas mãos à criação, merecendo a indicação ao Prêmio UNESCO de Artesanato para América Latina e Caribe.

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Nasceu Ulisses Pereira Chaves no Vale de Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil, vítima da seca, da dizimação da flora e fauna.  A paisagem desoladora não estancou o imaginário desse artista de origem humilde, que transformava resíduo em forma, matéria em arte.

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Tal qual o protagonista da epopeia de Homero, Ulisses superou adversidades, a fome, e consolidou seu nome em Minas Gerais e entre críticos de arte nacionais e internacionais. Ao batizar de “natureza viva” suas esculturas modeladas em terra cozida, justificou: “Elas nos estão vendo. O que esculpo são suas visões e suas vozes...”.

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Esta peça conta a história do ceramista do Apocalipse e de seu encontro com o Ulisses, de Homero.

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Improvável?

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Utopia não é o futuro: são fatos que existem no palco, na ficção e no imaginário.