OUVIR MÚSICA
Foto: Chico Lima
Foto: Tarcisio de Paula
Foto: André Scucatto
Foto: Chico Lima
SINOPSE
Vão acabar com a Praça Onze!
A frase corre pela cidade do Rio de Janeiro nos anos de 1941, indicando que a destruição do berço do samba é iminente. A imprensa faz estardalhaço, a boemia protesta, mas não adianta. A região será arrasada para dar lugar a novas avenidas. O prefeito varre do mapa símbolos como a Casa da Tia Ciata, ignora o samba e dá as costas a um dos marcos da cultura popular carioca: a mistura de etnias e classes sociais.
Na contramão do estrago feito pela prefeitura, um grupo de mulheres se destaca pela biografia de luta e coragem: são as judias “polacas”, fio condutor de nosso espetáculo. Essas jovens abandonam o Leste europeu por causa da fome. Muitas vem iludidas por falsas promessas de amor e bem-aventurança na América. No Brasil (e também nos EUA, Argentina e Uruguai), tornam-se prostitutas. Apesar da rejeição da própria comunidade, promovem a cultura judaica, patrocinam jornais e peças teatrais em iídiche.
As prostituas viram mecenas! E anunciam, sem querer, a letra de um samba do paulista Paulo Vanzolini, escrito meio século depois: “levanta, sacode a poeira e dá volta por cima!”
As Polacas – Flores do Lodo é um espetáculo musical genuinamente brasileiro, escrito e dirigido por João das Neves. Com grande elenco, estreou em 2011 no CCBB Rio e fez temporada no SESC Ipiranga, em São Paulo, participando também do IX FLORIPA Festival e sendo contemplado nos editais Viagens Teatrais do SESI e Prêmio FUNARTE de Teatro Myriam Muniz para circulação em BH, Campinas, Curitiba, Porto Alegre, Birigui, Itapetininga, Araraquara, São José do Rio Preto e Sorocaba.
O espetáculo retrata a saga das polacas na capital da República, no entre guerras. Mais precisamente, na Praça Onze, berço do samba carioca. Uma pesquisa encomendada especialmente para a peça dá lugar a um roteiro rico de informação sobre a cidade e sua gente.
Em As Polacas, a Praça Onze é revirada ao avesso. De fora, a batida alegre da música, movimento das ruas, algazarra, alegria. Por trás das janelas, o som plangente do violino, a prostituição e a luta pela sobrevivência física e pela superação espiritual.